domingo, 28 de dezembro de 2008

Nova URL

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Vicios

A imagem daquela senhora com as raízes do cabelo brancas e a pele mais enrrugada que plástico queimado teimam em permanecer em minha cabeça. Qualquer iluminação amena ou ruído estranho agora fazem questão de me assustar. Agora são duas horas da manhã e eu acabei de assistir um filme atordoante, que me fez pensar sobre coisas que nunca esperei pensar. Requiem For A Dream, filme e livro que estão no nível do também filme adaptado A Laranja Mecânica. Tocante, chocante, e mais milhares de adjetivos que qualificam essa obra.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Emergência submarina


Estado de calamidade pública e eu aqui tomando café com leite, como quem não descobre as coisas por acaso. Confio que seja assim.

Ocorre que o acaso não é aliável ao chão frio do brasileiro. A água escorre para todos os lados em Santa Catarina e menor escala: São Paulo e Rio de Janeiro. Heróis aparecem na televisão e nem é a Tevê Globinho (apesar do horário). Tá difícil acompanhar decentemente um programa na hora adequada: é só nisso em que a situação atual me atinge?

Por morar numa ladeira bem apessoada, não me furto à preocupação de que algum dia a água atinja o meu nível. Imagino todos aqueles ricões cariocas que moram “em elevados” precisando da defesa civil, quando eu já estiver afogado ou então numa nau em direção ao Cristo Redentor (única terra livre que restará). Terra à vista!: neste caso o mundo precisará de uma estrutura submarina.

Rezo para que Chico Buarque não seja um profeta em uma de suas músicas onde a letra promete: “os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos”

Talvez por encargo de consciência caiba a lembrança: nós não estamos vivemos num submarino amarelo. Os submarinos pararam de ser novidade desde a primeira guerra mundial, mas duvido que exista estrutura para seis bilhões de pessoas num destes.

Então tomo mais um gole da água barrenta e quente. A única diferença entre ela e a água que aparece nas reportagens de tevê agora é a temperatura. “- É engraçado, mas é trágico.” – diz a apresentadora. É também triste a humanidade precisar de atos heróicos numa hora dessas.

Casos como o atual - na alma brasileira – são redutos de grande imaginação, digna dos nossos melhores livros baseados em fatos reais.

sábado, 22 de novembro de 2008

YouTube Live 22-11-08

Hoje, o YouTube vai disponibilizar ao vivo o evento YouTube Live, com as coisas mais relevantes atualmente, como bandas indies que fazem sucesso com vídeos no site, celebridades com clipes famosos e bem colocados em views, e personalidades descobertas no site. Além dos dois Mythbusters, os caçadores de mitos do Discovery Channel. As pessoas confirmadas no evento são:

Fred, Katy Perry, Joe Satriani, Esmee Denters, Will.I.Am, Mythbusters, Boa - Tokyo Event, Akon, Soulja Boy Tell'em entre vários outros.
Agora falta uma hora para o começo do evento, acompanhe um contador oficial do YouTube abaixo:



Acompanhe o evento aqui, que vai contar com o patrocínio do Lionstage, do jogo Guitar Hero World Tour, da Virgin America e da Flip Video.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sob a ameaça de um mundo conciliador

PSDB, PMDB, PSOL, PT, PV, PC do B, PCO, DEM... São tantos os partidos políticos existentes no nosso país que chega a dar pane no sistema operacional. É a confusão que se mistura aos valores agregados de país turbulento quando o assunto é política. Está claro que o voto democrático não atua de forma essencial para o todo, e sim para seletas partes da população. O estilo democrático atual é o mais abrangente e cruel da história. As propostas nunca estiveram tão fortes. Não há escapatória, devemos ter a medida do ruim e do péssimo: é melhor votar consciente. Pois é o povo que mais sofre com isso tudo.

No período da Ditadura vivíamos sob um bipartidarismo. O que aconteceu antes no período Imperial se repete na democracia na qual vivemos. Tentativas antigas nos livros de História, onde estudamos ditaduras e estórias bem intencionadas desmontaram-se em multipartidarismos ao olhar aflito das suas mazelas e confidências sociais no voto.

Nessa democracia se conjura uma pose de - alguns partidos - alternâncias para atender a um mundo globalizado, que está atenciosamente influindo na postura do novo partidarismo que se faz hoje no mundo. Um partidarismo cada vez mais conciliado pós Guerra Fria.

Toda essa compostura contemporânea quando o assunto é eleição, decorre de que o país tem estado sob uma corja de múltiplos partidos oriúndos de um passado essencialmente recluso quando assunto era multiplicidade partidária.

Então a atingimos, mas de uma maneira fatal. Sem o apoio da antiga visão “clínica e absurda” que existia. Os partidos distintos reproduziram e aliaram-se num pais tão cheio de visões e contraversões. O que para alguns modelos significa colapso total. Observamos o inverso disso hoje, com exemplos como os da coligação PT – PMDB ou até mesmo a PV – PSDB (partidos que no passado não estariam interligados).

À luz dos Estados Unidos da América, o Brasil é infelizmente menos integrado e pouco estruturado no sentido da coerência eleitoral. Embora nosso país tenha um sistema de computação de votos mais evoluído, aquele país possui um sistema eleitoral que - na teoria - previne lambanças eleitorais. Um sistema onde a população escolhe um “delegado” – uma espécie de prefeito – que pode vetar a decisão geral ou não.

Só faltava mesmo é escrever “Deus salve a América” num texto desses, não? Acontece que aqui no nosso país, a unanimidade também vence. É reconhecível que nosso país tenha suas potencialidade como qualquer outro. Provavelmente o ogro americano esteja apenas usufruindo de um glorioso passado que é dele, enquanto nós aqui desfrutamos de um passado não tão ofertador. Miséria de oferta tal que esse passado precisa prudência em sua administração, para que então se transfigure num futuro melhor. Administrar o passado é difícil, e nos recaí novamente a herança pós Ditadura: para onde nos carregará o voto atual brasileiro? Tão feito à miscelâneas e à mercê de estratégias de voto? Tão moderninho e globalizado? Tão cheio de necessidades sinceras? O mundo ainda precisa de uma determinada harmonia - promovida pela - sua fomentadora fundamental – política.

Eis que então essa nova harmonia destrua utopias e objetivos. Não voltemos ao voto de cabresto ou ao descaso da ditadura, mas é de uma estrutura concisa que o povo brasileiro precisa. É de seu voto consciente - dos efeitos de uma eleição difícil. O que demanda no mínimo alguma pesquisa e estrutura política. Habilidade tal que grande parte dos brasileiros não possui. Falo daquele brasileiro em sua alta expressão e não os ponho como mártires, apenas como excluídos já desde o início do processo.

Nessa caso de exclusão, será melhor votar nulo? O que fazer senão se engajar nesse mundo multipartidário? Revoltar-se? Não é o que provavelmente diriam em Wall Street. Ou será lá essa postura uma tentativa de calar a democracia na qual vivemos?

Apenas alerto que os princípios da ética comunal ainda são aplicáveis no nosso mundo onde, na teoria, tudo se perfaz de uma enorme questão eleitoral difícil, mas ainda é dos atos – não essencialmente políticos - que se faz uma sociedade.

Um panorama dos partidos brasileiros através da história

Pelo veto ao projeto de cibercrimes

Eduardo Azevedo colocou em prática um projeto que implanta uma situação de vigilantismo, não impede a ação dos crackers, abrem espaços para a violação de direitos civis básicos, elevam o custo Brasil de comunicação e transferem para toda a sociedade custos de segurança que deveriam ser só dos bancos.

O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso.

Basicamente, elevaria muito o conceito de "Copyright". Se você lesse um texto no Mercado Oblíquo e comentasse com seu amigo sem pedir autorização, estaria cometendo um crime por infringir os direitos autorais do autor porque, segundo o projeto de lei, obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida é crime.

Se formos aplicar uma lei como essa as universidades, teríamos que considerar a ciência como uma atividade criminosa. Se levarmos o projeto de lei a sério, devemos nos perguntar como poderíamos pensar, criar e difundir conhecimento sem sermos criminosos, pois o conhecimento só se dá de forma coletiva e compartilhada.

Se você não gostou de tudo isso que foi dito no post. Se você não quer que essa lei vigore, por mais que você esteja disposto a infringí-la, assine a petição feita por André Lemos, prof. associado da Faculdade de Comunicação da UFBA, Sérgio Amadeu da Silveira, prof. do mestrado da Faculdade Cásper Líbero e João Carlos Rebello Caribé, publicitário e consultor de negócios em mídias sociais. Para assiná-la clique aqui. Aconselho que leia todo o texto.

Banalize o “inbanalizável" ou escolha com moderação

A desconstrução do passado se torna comum quando caminhamos prum futuro melhor, isso é evidente e orgânico. Valores novos destroem os antigos e estes, por sua vez, são a base de hierarquias que se perdem. Hierarquias do ortodoxo. O que nunca vai deixar de acontecer mesmo que você procure um psicólogo, para tentar se desfazer do descabimento do mundo. Aí está o paradoxo moderno do homem bem resolvido.

Por um instante de loucura, você pensa. E se é cidadão criado na antiga família brasileira começa a questionar se seus avós estavam mesmo errados. Pois “banalizar” as coisas está tão banal hoje em dia, que observamos nossos avôs atingindo outras e novas maneiras. O diferente se tornou comum. O independente hoje é louvável. É de se prezar que o sexo também esteja ficando universalizado. Não quero mesmo ignorar o liberalismo que a sociedade impõe aos nossos modos, pois é esta a maneira na qual vivemos cada mísero dia de nossas vidas: é inquestionável.

No entanto, tudo se repete e se constrói de um passado como eu mesmo disse. Onde estarão as suposições de nossos pais e avós nas nossas atitudes de hoje em dia? Vejo mulheres cada vez mais imbuídas do serviço doméstico e dos bons modos. Vejo homens que não apreciam em si próprios a maneira moderna de ser. Ao mesmo tempo em que me conforta ver nenhuma mudança brusca, há algo dentro de mim que envergonha e entristece, a cada centímetro ao lado do comum e universal. Há algo em mim que espera um baque do incomum, mas se assusta.

Vai lá que você pegue um livro e se pergunte: “que folhas são essas?” São as mesmas folhas que seu pai adquiriu consciência das mesmas coisas que você trás a luz hoje. Você não o joga fora, leva este livro para o sebo da família para então ser dividido. Daí se faz o comum e é nessa estrutura que ele age na mente de todos: as velhas e consumadas manias. Caio em mim agora: estará correto banalizar-se no sentido mais pleonástico da palavra. Banalizar o comum? O que hoje já aparece na mídia insaciavelmente? O que vemos nas ruas todos os dias? Nem precisamos sair de casa para nos confrontar com uma realidade que em sua essência tímida nos irrompe no jantar.

Veja o vídeo da campanha e reflita. Leia esta frase de um livro que atende bastante à proposição do que eu falo nessa crônica:

"Tudo o que fazem os homens está cheio de loucura. São loucos tratando com loucos. Por conseguinte, se houver uma única cabeça que pretenda opor obstáculo à torrente da multidão, só lhe posso dar um conselho (...) se retire para um deserto, a fim de aí gozar à vontade dos frutos de sua sabedoria."
Elogio da Loucura – Erasmo de Roterdam
É através dessa campanha que eu reclamo. Onde está a veracidade na vida do cidadão? Se vivemos do exagero, conseguimos fazer com que ele nos corrompa totalmente. É só ligar no horário nobre da televisão atual. Qual é o limite entre o folhetim fantasioso e da moral enaltecedora?