quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sob a ameaça de um mundo conciliador

PSDB, PMDB, PSOL, PT, PV, PC do B, PCO, DEM... São tantos os partidos políticos existentes no nosso país que chega a dar pane no sistema operacional. É a confusão que se mistura aos valores agregados de país turbulento quando o assunto é política. Está claro que o voto democrático não atua de forma essencial para o todo, e sim para seletas partes da população. O estilo democrático atual é o mais abrangente e cruel da história. As propostas nunca estiveram tão fortes. Não há escapatória, devemos ter a medida do ruim e do péssimo: é melhor votar consciente. Pois é o povo que mais sofre com isso tudo.

No período da Ditadura vivíamos sob um bipartidarismo. O que aconteceu antes no período Imperial se repete na democracia na qual vivemos. Tentativas antigas nos livros de História, onde estudamos ditaduras e estórias bem intencionadas desmontaram-se em multipartidarismos ao olhar aflito das suas mazelas e confidências sociais no voto.

Nessa democracia se conjura uma pose de - alguns partidos - alternâncias para atender a um mundo globalizado, que está atenciosamente influindo na postura do novo partidarismo que se faz hoje no mundo. Um partidarismo cada vez mais conciliado pós Guerra Fria.

Toda essa compostura contemporânea quando o assunto é eleição, decorre de que o país tem estado sob uma corja de múltiplos partidos oriúndos de um passado essencialmente recluso quando assunto era multiplicidade partidária.

Então a atingimos, mas de uma maneira fatal. Sem o apoio da antiga visão “clínica e absurda” que existia. Os partidos distintos reproduziram e aliaram-se num pais tão cheio de visões e contraversões. O que para alguns modelos significa colapso total. Observamos o inverso disso hoje, com exemplos como os da coligação PT – PMDB ou até mesmo a PV – PSDB (partidos que no passado não estariam interligados).

À luz dos Estados Unidos da América, o Brasil é infelizmente menos integrado e pouco estruturado no sentido da coerência eleitoral. Embora nosso país tenha um sistema de computação de votos mais evoluído, aquele país possui um sistema eleitoral que - na teoria - previne lambanças eleitorais. Um sistema onde a população escolhe um “delegado” – uma espécie de prefeito – que pode vetar a decisão geral ou não.

Só faltava mesmo é escrever “Deus salve a América” num texto desses, não? Acontece que aqui no nosso país, a unanimidade também vence. É reconhecível que nosso país tenha suas potencialidade como qualquer outro. Provavelmente o ogro americano esteja apenas usufruindo de um glorioso passado que é dele, enquanto nós aqui desfrutamos de um passado não tão ofertador. Miséria de oferta tal que esse passado precisa prudência em sua administração, para que então se transfigure num futuro melhor. Administrar o passado é difícil, e nos recaí novamente a herança pós Ditadura: para onde nos carregará o voto atual brasileiro? Tão feito à miscelâneas e à mercê de estratégias de voto? Tão moderninho e globalizado? Tão cheio de necessidades sinceras? O mundo ainda precisa de uma determinada harmonia - promovida pela - sua fomentadora fundamental – política.

Eis que então essa nova harmonia destrua utopias e objetivos. Não voltemos ao voto de cabresto ou ao descaso da ditadura, mas é de uma estrutura concisa que o povo brasileiro precisa. É de seu voto consciente - dos efeitos de uma eleição difícil. O que demanda no mínimo alguma pesquisa e estrutura política. Habilidade tal que grande parte dos brasileiros não possui. Falo daquele brasileiro em sua alta expressão e não os ponho como mártires, apenas como excluídos já desde o início do processo.

Nessa caso de exclusão, será melhor votar nulo? O que fazer senão se engajar nesse mundo multipartidário? Revoltar-se? Não é o que provavelmente diriam em Wall Street. Ou será lá essa postura uma tentativa de calar a democracia na qual vivemos?

Apenas alerto que os princípios da ética comunal ainda são aplicáveis no nosso mundo onde, na teoria, tudo se perfaz de uma enorme questão eleitoral difícil, mas ainda é dos atos – não essencialmente políticos - que se faz uma sociedade.

Um panorama dos partidos brasileiros através da história

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